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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se prepara para uma nova elevação da taxa Selic, atualmente em 12,25% ao ano, na próxima quarta-feira (29). A previsão do mercado é que a taxa suba para 13,25% ao ano, marcando a primeira reunião sob a presidência de Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Projeções para 2025: Taxa de Juros Pode Alcançar 15%
Economistas estimam que a Selic continuará subindo nos próximos meses, atingindo 15% ao ano em junho de 2025. Caso a previsão se confirme, será o maior patamar em quase 20 anos, desde o primeiro mandato de Lula em 2006. Essa sequência de aumentos visa conter as pressões inflacionárias, mas traz desafios para a economia, especialmente para o setor produtivo.
Por que a Selic está subindo?
O Banco Central utiliza a taxa básica de juros como principal ferramenta para controlar a inflação, que continua acima das metas estabelecidas. Em 2024, a inflação fechou em 4,83%, superando o teto da meta, e as projeções para os próximos anos indicam que a meta de 3% continuará a ser desafiadora.
Com o início do sistema de metas contínuas em 2025, o BC está mirando na estabilidade para o primeiro semestre de 2026. Entretanto, fatores como a alta do dólar, condições climáticas adversas e o ritmo acelerado da atividade econômica têm pressionado os preços.
Impactos no Setor Produtivo
A elevação da Selic para 15% ao ano traria consequências significativas para a economia, segundo especialistas. Empresários enfrentam crédito mais caro, dificultando investimentos e operações diárias. A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) alerta que o alto custo do financiamento pode comprometer a competitividade das empresas, especialmente pequenas e médias.
Flávio Roscoe, presidente da Fiemg, destacou que juros elevados desestimulam o crescimento sustentável e a inovação. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também defende um pacto nacional para equilibrar as contas públicas enquanto se incentiva investimentos estratégicos.
Conclusão
Com o aumento da Selic para conter a inflação, o Brasil enfrenta o desafio de equilibrar estabilidade econômica e crescimento produtivo. A expectativa do mercado e do setor produtivo é de que medidas estruturantes sejam tomadas para evitar que juros elevados impeçam a retomada econômica e o desenvolvimento sustentável.
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